Alzheimer e exercícios
Exercícios ajudam a expulsar do cérebro uma molécula tóxica, causando benefícios para proteger as células nervosas, apontam pesquisas em ratos. A descoberta podem ajudar a explicar porque permanecer “sarado” e manter-se mentalmente ativo parece liquidar com o mal de Alzheimer em humanos.
“Nossos experimentos suportam a ideia que exercício é um bom caminho para todos os problemas no cérebro e que um estilo de vida sedentário é um fator de risco” diz Ignacio Torres-Aleman, que dirigiu o estudo no Instituto Cajal de Madri.
Torres-Aleman e seus colegas estavam intrigados por estudos prévios que mostravam que exercícios reduziam o a deterioração mental em ratos projetados para ter a doença de Alzheimer. Eles realizaram um estudo para descobrir a razão.
Eles descobriram que a prática de exercícios dobravam os níveis de uma proteína que ajuda a expelir moléculas, que acredita-se que sejam responsáveis pelo mal de Alzheimer, do cérebro do rato para a corrente sanguínea. A proteína, chamada megalin, expele uma proteína destrutiva chamada de amyloid-beta. Em pacientes com Alzheimer, amyloid-beta é encontrada em acúmulos de massa compacta no cérebro.
Megalin também conecta-se a uma molécula no sangue, chamada de “insulina tipo fator de crescimento” (insulin-like growth factor), e transporta isto para o cérebro. Este fator de crescimento talvez seja melhor conhecido por construir os músculos após exercícios, mas isto também ajuda a manter células nervosas saudáveis.
Melhorada no Cérebro
Para revelar os segredos do megalin, os pesquisadores manipularam os níveis de proteína no cérebro dos ratos com Alzheimer. Aumentando artificialmente os níveis de megalin melhoro parcialmente a capacidade mental através de testes em labirintos.
Os níveis de megalin reduzem com a idade em ratos normais. Os pesquisadores sugerem que esta é a dica entre a ligação molecular e a idade e a doença neurodegenerativa.
Os resultados aparecem no Journal of Neuroscience 1. Mas ainda será necessário esperar para determinar se isso é verdade. Paul Adlard, um neurocientista na University of California, Irvine, tem pesquisado cérebros de ratos com um diferente modelo de doença de Alzheimer. Seus dados, apesar de preliminares, sugerem que exercícios não aumentam o nível de insulina tipo fator de crescimento.
Adlard diz que os resultados de Torres-Aleman e seus colegas são “ótimos”, mas mais estudos são necessários.
Futuro Brilhante
Outros são mais otimistas. “É uma nova ideia”, diz Mark Mattson, um pesquisador do National Institute of Aging, em Baltimore, Maryland. Os achados, diz ele, abrem a porta para desenvolver drogas que poderiam aumentar os níveis de megalin e ajudar a manter o cérebro saudável.
“São dados iniciais mas eu acho que possuem potencial para serem muito relevantes a pessoas”, ele adiciona.
Mattson alerta que a ligação entre exercícios e a saúde do cérebro ainda é incerta em humanos, apesar de as evidencias estarem se acumulando. Outros pesquisadores têm achado que manter-se mentalmente ágil ou mesmo manter um físico esbelto podem ajudar a proteger contra Alzheimer e outras doenças cerebrais.
Vença o Alzheimer com exercícios – “Beat Alzheimer’s with exercise”
Estudo mostra como exercícios mantém células do cérebro sadias em ratos.
Por Charlotte Schubert
Texto original extraído e traduzido da versão online da revista Nature. Para ver o texto original
clique aqui. Publicado 02/12/2005. Tradução livre.